Tratamento para a obesidade

A obesidade é uma doença que atinge todos os países no mundo. A sua incidência varia entre 74% na Samoa Americana a 2,1% no Vietname. Em Portugal, a prevalência de obesidade atinge valores intermédios, com aproximadamente 20% de pessoas obesas (censo de 2019).

O número total da população obesa no Mundo ronda 2 mil milhões de pessoas, sendo que 3 milhões morrem anualmente com esta doença. Além de uma diminuição relevante da esperança de vida neste grupo populacional, associa-se ainda uma importante diminuição da qualidade de vida, influenciada pela existência de várias doenças associadas. Algumas patologias que podem atingir estas pessoas são a doença cardíaca, a diabetes, a apneia de sono, a osteoartrite, a doença renal, a hipertensão arterial e vários tipos de cancro.

Graus da Obesidade (com base no IMC)

O grau de obesidade calcula-se através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), efectuando a divisão do peso em quilos pela altura ao quadrado, e assim fornecendo uma pontuação, cujo valor normal varia entre 18,5 kg/m2 e 24,9 kg/m2. Pessoas com IMC acima deste valor e até 30 kg/m2 são consideradas com excesso de peso. Passa-se a considerar obesidade grau I IMC entre 30,1 kg/m2 e 34,9 kg/m2 e obesidade grau II entre 35 kg/m2 e 39,9 kg/m2. Acima dos 40 kg/m2, classifica-se como obesidade de grau III ou mórbida.

Causas da obesidade

A obesidade é causada por um conjunto de fatores, incluindo:

• Dieta pouco saudável
• Falta de atividade física
• Fatores genéticos
• Fatores hormonais
• Uso de alguns medicamentos
• Depressão e ansiedade
• Fatores socioeconómicos

Doenças associadas à obesidade

A obesidade aumenta o risco de múltiplas doenças, incluindo:

• Doenças cardíacas
• Doenças cardio-vasculares
• Diabetes tipo 2
• Alguns tipos de cancro
• Hipertensão arterial
• Colesterol alto
• Apneia do sono
• Artrite
• Doenças da vesícula biliar
• Doenças do fígado
• Depressão
• Ansiedade
• Problemas de fertilidade

Os diferentes tratamentos para a obesidade

O tratamento da obesidade, depois de identificadas e tratadas todas as suas causas, passa sempre por alterações comportamentais. É, por isso, um tratamento multidisciplinar, que engloba uma alteração dietética (idealmente necessitando de acompanhamento por um nutricionista), psicológica (com acompanhamento por um psicólogo) e, por vezes, cirúrgica (através da cirurgia bariátrica), quando as duas primeiras não são suficientes.

Cirurgia Bariátrica

A cirurgia bariátrica é um procedimento cirúrgico que reduz o volume do estômago disponível para as funções digestivas e, em alguns casos, o mesmo para intestino delgado. A cirurgia bariátrica é um tratamento de último recurso para a obesidade e deve ser considerada apenas para pessoas que não conseguiram perder peso com mudanças no estilo de vida.

Os procedimentos cirúrgicos bariátricos mais frequentemente realizados são o bypass gástrico e o sleeve gástrico.

O bypass gástrico é, há muito tempo, considerado o gold standard da cirurgia para perda de peso.  Consiste na divisão do estômago para obtenção de um reservatório mais pequeno. Após esta divisão do estômago, secciona-se o intestino delgado para estabelecer ligação entre o pequeno reservatório realizado e o intestino.

O objetivo principal do bypass gástrico é limitar a quantidade de alimentos que o paciente consegue comer e reduzir a absorção de calorias. Como resultado, o paciente geralmente verifica uma perda significativa de peso após a cirurgia.

O sleeve gástrico é um tipo de cirurgia bariátrica que consiste na remoção de parte do estômago, deixando-o em formato de tubo ou mangueira.

Durante a operação, é removida a parte esquerda do estômago, o que reduz a sua capacidade de armazenar alimentos e, consequentemente, ajuda no emagrecimento.

Ambos os procedimentos são efectuados por videolaparoscopia, com a utilização de pequenas incisões, o que diminui a dor, o tempo de internamento e o tempo de recuperação do paciente.

A cirurgia de sleeve gástrico é um procedimento mais simples, enquanto a cirurgia de bypass gástrico requer várias etapas para conectar o intestino à bolsa superior do estômago.

O bypass gástrico está associado a mais efeitos colaterais possíveis do que o sleeve gástrico. No entanto, o bypass gástrico também pode levar à perda de peso mais duradoura e a mais eficiente controlo do açúcar no sangue.

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