Cirurgia Bariátrica

Tratamento mais eficaz e permanente para a obesidade
O que pretende saber?

O que é a cirurgia bariátrica?

A cirurgia bariátrica é um procedimento cirúrgico realizado em pessoas com obesidade grave ou mórbida. O objetivo principal dessa cirurgia é reduzir o tamanho do estômago e/ou alterar o processo digestivo, o que resulta numa diminuição significativa na ingestão de alimentos e na absorção de calorias pelo corpo.

As técnicas mais eficazes e populares utilizadas na cirurgia bariátrica nos dias de hoje são o Bypass Gástrico e o Sleeve Gástrico.

 

Factos e números

A cirurgia bariátrica é a solução mais eficaz para combater a obesidade na nossa população tem tido um crescimento epidémico. Este facto ameaçador tem sido bem documentado através dos media. Estima-se que somente na Europa haja cerca de 160.000.000 de doentes, onde cerca de 1.500.000 são crianças, imperando a discriminação e onde a autoestima se encontra num patamar muito baixo, levando à falta de realização social.

Numa grande parte destes pacientes, quer a tensão arterial quer a diabetes encontram-se alteradas, bem como outras doenças que as acompanham, pelo que cada vez mais os médicos de família bem como os cirurgiões são submetidos a maiores pressões na tentativa de combater este flagelo, quer médica quer cirurgicamente, pelos doentes que procuram uma longa e eficaz perda de peso. A intervenção cirúrgica é indiscutivelmente a forma de tratamento da obesidade mórbida mais eficaz e duradoira.

 

Abordagem Multidisciplinar

A cirurgia bariátrica representa uma disciplina única por várias razões, a primeira das quais é que a cirurgia bariátrica tem como fundamentos a tentativa de alterar comportamentos, bem como a fisiologia, ao invés das outras cirurgias reconstrutivas ou de resseção. Além disso, o seu sucesso está dependente da capacidade educacional do paciente e da sua aderência às alterações comportamentais que a cirurgia impõe. Os doentes com obesidade mórbida possuem muitas vezes múltiplos diagnósticos porque esta é uma patologia que afeta quase todos os sistemas do organismo.

Os cirurgiões que tratam esta patologia rapidamente concluíram que é impossível realizar este tratamento sem ser através de um programa compreensivo e multidisciplinar, desenvolvido por um grupo de pessoas diversificado e dedicado da área da saúde, que possa avaliar os doentes, bem como prepará-los quer mental quer fisicamente para a cirurgia e para as alterações ao estilo de vida que lhes vão ser pedidas.

Para tal, há necessidade de se organizarem programas compreensivos que requerem uma abordagem multidisciplinar e um compromisso institucional grande, levando à formação de unidades de tratamento da obesidade ou unidades bariátricas, capazes de ter um papel educacional e de desenvolver estratégias de suporte aos doentes.

Após cirurgia, um follow-up apertado e uma abordagem multidisciplinar são necessários para o sucesso de um programa desta envergadura. O conhecimento pelos médicos de família do programa, a compreensão do que significa a cirurgia bariátrica, como se realiza e o que se espera dela é fundamental para que estes programas tenham sucesso, pois serão sempre eles os primeiros a atender este paciente e a dizer-lhes o que necessitam.

 

Quem é o cirurgião responsável pela Cirurgia Bariátrica na Living Clinic?

A equipa de cirurgia bariátrica da Living Clinic é liderada pelo cirurgião Dr. Luís Sá Vinhas. 

O Dr. Luís Sá Vinhas é especialista em Cirurgia Geral, com licenciatura em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, onde é docente desde 1995. Desde 2017 é Chefe de Equipa de Urgência no Centro Hospitalar de São João no Porto.

Acumula 20 anos de experiência cirúrgica, com especial destaque na patologia Endócrina e Cervical (tiróide, paratiróide, suprarrenal, glândulas salivares, lesões congénitas do pescoço). Possui vasta experiência em cirurgia laparoscópica, incluindo a cirurgia bariátrica.

É autor e co-autor de múltiplas comunicações científicas, quer em revistas científicas, quer em Congressos e Reuniões Científicas nacionais e Internacionais.

É membro do Colégio de Especialidade de Cirurgia Geral da Ordem dos Médicos e membro da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo.

Saiba mais sobre o Dr. Luís Sá Vinhas e as suas áreas de intervenção aqui.

 

Antes e Depois

cirurgia bariátrica antes e depois (bypass gástrico)
Antes e Depois de Bypass Gástrico (-40kgs)

 

Antes e Depois de Bypass Gástrico (-35kgs)

 

sleeve gástrico antes e depois
Antes e Depois de Sleeve Gástrico (-35kgs)

 

resultados de banda gástrica em paciente feminina
Antes e Depois da Banda Gástrica (-60kgs)

1. Requisitos de Peso / IMC

Antes de se pensar em cirurgia para a obesidade o doente deverá pesar, pelo menos, 45 kg acima do seu peso ideal (IMC superior ou igual a 40 Kg/ m2 ), a partir desse momento a cirurgia deverá ser considerada como tratamento de uma doença debilitante e não estético.

Podem também possuir um IMC entre os 35 e 40 kg/m2, se já tiver patologias associadas dependentes da sua obesidade.

No entanto, a cirurgia poderá ser considerada noutras situações de menor peso se for determinado que do ponto de vista médico existem razões suficientes para a redução de peso e a cirurgia a única forma de a obter.

2. Ter realizado várias tentativas de redução de peso devidamente orientadas pelo médico, sem sucesso;

3. Patologias

  • Ausência de patologias severas que condicionem o acto cirúrgico;
  • Algumas patologias do foro psiquiátrico podem ser uma contraindicação para a cirurgia se não estiverem devidamente controladas ou não se obtenha concordância do médico psiquiatra que o acompanha.

4. Idade

Embora a idade compreendida entre os 18 e os 60 anos não ponha qualquer objeção ao tratamento cirúrgico, estudos revelam que doentes abaixo dos 18 e acima dos 60 anos, depois de devidamente analisados, poderão ser candidatos para cirurgia. Portanto, a idade por si só não é uma objeção à sua realização.

 

O tratamento médico (não cirúrgico) para a obesidade clinicamente severa (mórbida), inclui combinações várias de dietas de baixas calorias, modificação comportamental, exercício fisico e agentes farmacológicos. O maior problema deste tipo de abordagem é a sua incapacidade em manter um peso corporal reduzido na maior parte dos doentes obesos, havendo uma alta incidência da ineficácia em suster no tempo uma perda de 10% de peso com este tipo de tratamento.

Devido aos riscos graves relacionados com este grau de obesidade, o relativo baixo risco do tratamento cirúrgico e a ineficácia das intervenções médicas ou dietéticas, bem como a gravidade que podem trazer as variações de peso como resultado de tratamentos conservadores ineficientes (efeito yo-yo), a cirurgia bariátrica tem vindo a afirmar-se neste universo, devido aos bons resultados não só na diminuição do peso conseguida e mantida, mas também com a melhoria das doenças que a acompanham.

Para se entender como a intervenção cirúrgica ajuda a perder peso é importante ter a noção de como funciona o aparelho digestivo. Assim, os alimentos após mastigação são ingeridos através do esófago que não é mais do que um tubo muscular longo dando entrada no estômago. O estômago que normalmente poderá conter quantidades superiores a 1500 mls de alimentos , mistura-os com o ácido clorídrico e tritura o bolo alimentar fazendo passar para o intestino delgado (duodeno), onde se dá a mistura com os restantes sucos hepáticos e pancreáticos , onde se continua a digestão e se produz a absorção da maior parte dos nutrientes. O intestino delgado que mede normalmente entre 4.5 e 6 metros é o grande responsável pela absorção.

Como se disse anteriormente, os alimentos passam para o duodeno, misturando-se com a bile e o suco pancreático , esta área do intestino é também um grande responsável pela absorção de ferro e cálcio. O segmento mais distal do intestino delgado também chamado de ileon , desempenha um papel importante na absorção de nutrientes e em particular das vitaminas solúveis em gordura ( A, D, E e K). Quando o conteúdo do ileon entra no cólon, a sua consistência que até aqui era liquida passa a ser sólida, devido à absorção de água que se realiza no cólon.

O princípio fundamental da cirurgia da obesidade é alterar a relação de ingestão/absorção-consumo de energia que na obesidade é favorável ao primeiro conjunto, provocando assim uma acumulação energia aumentando o peso. Portanto, a redução da ingestão de alimentos ou da sua absorção e o aumento de actividade física causarão a perda de peso por alteração desta dinâmica.

Em síntese, a cirurgia bariátrica pode controlar o peso alterando o balanço energético de duas maneiras:

1. Diminuir quantidade de alimentos que se ingere (restrição);

E/OU

2. Fazer com que parte dos alimentos não sejam digeridos e completamente absorvidos (mal absorção), sendo eliminados pelas fezes;

A perda de peso com a cirurgia não é igual para todos os doentes da mesma forma, ela varia de acordo com vários factores: idade, peso inicial, capacidade para fazer exercício, ingestão de doces, tipo de cirurgia efectuada, etc. Em média os doentes perdem entre 30 % a 40% do peso inicial entre os 12 e 18 meses. No entanto nos mais pesados, a perda de peso tende a ser mais prolongada no tempo.

A cirurgia da obesidade através do Bypass Gástrico em Y de Roux é o protótipo de restrição gástrica combinada com malabsorção. É uma das operações que mais se realiza no mundo. O estômago é dividido ou com suturas mecânicas ou manuais, para se obter um reservatório pequeno (+/- 15 mls), do tamanho das cirurgias restritivas.

Após esta divisão completa do estômago, divide- -se o intestino delgado para ligar o reservatório gástrico realizado ao intestino e, a outra parte seccionada do intestino liga-se novamente ao intestino formando assim uma ansa em i grego (Y), iniciando-se a absorção dos alimentos somente a partir desta união do intestino com intestino (ansa comum).

Portanto, ultrapassa-se uma área grande de trituração e absorção dos alimentos (estômago, duodeno e parte do intestino delgado). Esta malabsorção pode ser maior ou menor consoante o tamanho das ansas intestinais que ficam antes da união das duas ansas, no entanto, quanto maior for a malabsorção instituída maior são os riscos de efeitos secundários.

Conheça o caso da Elisangela, que emagreceu 35 kgs depois de uma cirurgia bariátrica com bypass gástrico: Bypass Gástrico Antes e Depois

Conheça o caso da Cristina, que emagreceu 40 kgs também com bypass gástrico: Cirurgia Bariátrica Antes e Depois

 

Em casos específicos, em que existem contra-indicações relativas ao Bypass gástrico e ao Sleeve gástrico, procede-se à remoção do restante estômago que ficaria excluído no bypass gástrico. 

Desde há vários anos que se pensa que, nos doentes com um IMC elevado (>60 kg/m2) ou com doenças graves associadas, há vantagem em se realizar uma cirurgia de bypass gástrico em Y de Roux ou Derivação Biliopancreática com switch duodenal. Como o risco de complicações no pós-operatório deste grupo de doentes seja particularmente elevado, levou a que alguns cirurgiões iniciassem uma cirurgia que tinha por finalidade diminuir o peso destes pacientes e ao mesmo tempo reduzir os riscos de complicações no subsequente e definitivo processo cirúrgico de perda de peso, criando assim a chamada Gastrectomia Vertical ou Sleeve Gástrico.

A gastrectomia tubular é uma operação puramente restritiva, reduzindo o tamanho do reservatório gástrico para um valor entre os 60 e 100 mls. Outra das acções que se pensa lhe poder ser atribuída é a redução plasmática do valor da grelina ( uma das hormonas que regula a fome), podendo este também ser um mecanismo envolvido na perda de peso e não só a restrição.

As indicações para se realizar somente uma gastrectomia linear incluem:

  • Índice de Massa Corporal > 60 kg/m2
  • Doenças comorbilizantes graves
  • Idade avançada
  • Anatomia desfavorável como cirrose hepática, aderência abdominais intensas provocando má exposição.

Em quase todos os estudos existentes, a perda de peso estabelece-se até ao ano, mantendo-se em parte nos primeiros 3 anos, mas com um índice de recidiva da doença elevado.

As principais complicações da cirurgia são a fistula do estômago e a hemorragia.

O aparecimento destes processos para tentar controlar o peso não foi obra do acaso, mas sim de observações realizadas pelos cirurgiões de operações feitas para tratamento de outros tipos de doenças, como o cancro e outras, nas quais havia necessidade de se remover parte do estômago ou intestino delgado. A quase impossibilidade de se manter o peso e/ ou mesmo aumentá-lo com este tipo de procedimentos cirúrgicos levou a pensar que com algumas modificações se poderiam aplicar estas cirurgias à perda de peso na obesidade mórbida.

É muito importante termos uma ideia de como funcionam estas cirurgias, porque muito se alterou nos últimos anos. Durante os últimos anos aprendemos que para controlar o peso com uma cirurgia que somente restrinja a ingestão alimentar, há necessidade de criar um reservatório na parte superior do estômago, com uma capacidade inicial pequena, que varie entre 15 e 25 mls, e que se ligue ao restante estômago através de um estoma, promovendo assim uma menor ingestão de alimentos.

Este estoma que normalmente é estreito, poderá ser de tamanho variável nas bandas gástricas ajustáveis ou ser mesmo reforçado com material protésico para evitar a sua expansão nas outras cirurgias. Portanto, o pequeno reservatório e a saída estreita produzem uma rápida sensação de saciedade que, nos doentes que cooperam e são cumpridores, induz uma modificação de comportamento diminuindo por conseguinte a ingestão calórica e induzindo à perda de peso.

Neste tipo de cirurgia existe um compromisso muito grande do doente com o médico e a cirurgia, existem duas regras que são fundamentais cumprir:

Mastigar tudo muito bem;

Engolir os alimentos muito devagar.

Porque se assim não for, o doente pode ter dor, refluxo alimentar ou vómitos podendo aumentar o tamanho do reservatório (dilatação), a saída ou ambos, perdendo-se o propósito da cirurgia. Devem sempre ser evitados o consumo de líquidos com um alto teor de calorias e a ingestão de alimentos fora de horas (snacks). A falta de cumprimento destes preceitos é uma das razões mais frequentemente verificadas para o fracasso. Este tipo de cirurgias, simples e de menor risco, nem sempre produzem a perda de peso esperado pelos cirurgiões e doentes.

Por isto se começaram a utilizar as técnicas de malabsorção, algumas das quais incluem o bypass de grandes segmentos do intestino delgado. A grande desvantagem é que os riscos, complicações e os efeitos secundários aumentam com o alargamento do bypass intestinal. Juntamente com o seu cirurgião, deverá avaliar completamente os riscos e os benefícios de cada operação. No entanto, tenha sempre presente que quanto mais complexa for a intervenção cirúrgica para o ajudar na perda de peso, mais sérios serão também os riscos e efeitos secundários.

Pergunte ao seu médico, inteire-se completamente do que lhe poderá acontecer com qualquer um dos processos cirúrgicos, contacte com outros doentes e só depois de estar certo da cirurgia que vai realizar avance para a cirurgia. Tenha sempre presente que a cirurgia não cura a obesidade e que somente os doentes bem informados e dispostos a alterar a sua vida fazem com que estas operações sejam um êxito.

São muitas as fontes disponíveis no mercado para o ajudar a eleger uma técnica cirúrgica, inclusive a Internet, mas nunca se esqueça de se esclarecer devidamente com o seu médico, pois só ele o poderá pôr a par de todas as alterações que vai sofrer e só ele conseguir eleger qual o melhor método cirúrgico para o ajudar a emagrecer.

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